domingo, 4 de janeiro de 2009

Cora Coralina - Poetas e natureza


A poeta goiana Cora Coralina compunha o seu canto enquanto cultivava avencas e fazia doces, o Rio Vermelho a lamber o quintal de sua casa velha da ponte. Não por acaso ela escreveu esses versos: “Eu sou a terra, eu sou a vida./ Do meu barro primeiro veio o homem/de mim veio a mulher e veio o amor./ Veio a árvore, veio a fonte, veio o fruto e veio a flor. Meus versos tem cheiro de mato, dos bois e dos quintais.”
O poeta pernambucano Joaquim Cardozo assuntava os ruídos do Capibaripe enquanto criava a sua poesia. Ambos ataram seus versos aos elementos da natureza e ambos deram dimensão universal aos seus poemas. Cardozo, mestre também no ofício de calcular, imaginou, certa vez, o congresso dos ventos: “Na várzea extensa do Capibaribe, em pleno mês de agosto/reuniram-se em congresso todos os ventos do mundo;/ (...) – Mistral, com seus cabelos de agulha, e os seus frios de dedos finos,/Simun, com arrepiadas, severas e longas barbas de areia quente,/ (...) E Garbino, enviado das praias catalãs”.

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