quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Água, vinho e vinagre

Correm por conta da sensibilidade dos poetas algumas descobertas. Por exemplo: Cora Coralina descobriu que em água e vinho se definem os homens.
“Homem água/É aquele fácil e comunicativo/ Corrente, abordável, servidor e humano./ Aberto a um pedido, a um favor,/ ajuda em hora difícil de um amigo, mesmo estranho./ Dá o que tem/ – boa vontade constante, mesmo dinheiro, se o tem./ Não espera restituição nem recompensa.”
“Há também, lado a lado, o homem vinho./ Fechado nos seus valores inegáveis e nobreza reconhecida./ Arrolhado seu espírito de conteúdo excelentes em todos os sentidos./ Resguardados seus méritos indiscutíveis./ Oferecido em pequenos cálices de cristal a amigos/ e visitantes excelsos, privilegiados.”
Com o homem vinagre, a grande poeta não quis saber de conversa: “Há de permeio o homem vinagre,/ uma réstia deles,/ mas com esses não vamos perder espaço.” – resmungou Cora.

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